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chegando. O Pai do Sono veio vindo veio vindo e de repente parou.
Macunama ouviu que ele falava:
 Aquele sujeito no t morto no. Morto que no arrota onde se
viu!
Ento o herói arrotou "juque!"
 Onde se viu morto arrotar, gentes! o Sono caoou e fugiu logo.
Por isso que o Pai do Sono inda existe e os homens por castigo no
podem dormir em p.
Macunama ia ficar desapontado com o sucedido quando escutou
uma bulha e enxergou do outro lado do corgo um chofer gesticulando
feito chamado. Ficou muito sarapantado e gritou tiririca:
 Isso comigo, colega! Sou francesa no!
 Sai azar! o rapaz fez.
Ento Macunama ps reparo numa criadinha com um vestido de
linho amarelo pintado com extrato de tatajuba. Ela j ia atravessando o
corgo pelo pau. Depois dela passar o herói gritou pra pingela:
 Viu alguma coisa, pau?
 Vi a graa dela!
 Qu! qu! qu quaqu!...
Macunama deu uma grande gargalhada. Ento seguiu atrs do par.
Eles j tinham brincado e descansavam na beira da lagoa. A moa
estava sentada na borda duma igarit encalhada na praia. Toda nua
inda do banho comia tambis vivos, se rindo pro rapaz. Ele deitara de
bruos na gua rente do ps da moa e tirava os lambarizinhos da
lagoa pra ela comer. A crilada das ondas amontava nas costas dele
porm escorregando no corpo nu molhado caa de novo na lagoa com
risadinhas de pingos. A moa batia com os ps n'gua e era feito um
repuxo roubado da Luna espirrando jeitoso, cegando o rapaz. Ento
ele enfiava a cabea na lagoa e trazia a boca cheia de gua. A moa
apertava com os ps as bochechas dele e recebia o jato em cheio na
barriga, assim. A brisa fiava a cabeleira da moa esticando de um em
um os fios lisos na cara dela. O moo ps reparo nisso. Firmando o
queixo no joelho da companheira ergueu o busto da gua, estirou o
brao pro alto e principiou tirando os cabelos da cara da moa pra que
ela pudesse comer sossegada os tamis. Ento pra agradecer ela enfiou
trs lambarizinhos na boca dele e rindo muito fastou o joelho
depressa. O busto do rapaz no teve apoio mais e ele no sufragante
focinhou n'gua at o fundo, a moa inda forando o pescoo dele
com os ps. Ela ia escorregando sem perceber de tanta graa que
achava na vida. Ia escorregando e afinai a canoa virou. Pois deixai ela
virar! A moa levou,um tombo engraado por cima do rapaz e ele
enrolou-se nela talqualmente um apuizeiro carinhoso. Todos os tamis
fugiram enquanto os dois brincavam n'gua outra vez.
Macunama chegava. Sentou no .fundo da igarit virada,
esperando. Quando viu que eles tinham acabado de brincar, falou pro
chofer:
 Faz trs dias que no como,
Semana que no escarro,
Ado foi feito de barro,
Sobrinho, me d um cigarro.
O chofer secundou:
 Me desculpe, meu parente,
Si cigarro no lhe dou;
A palha o fosfre e o goiano
Caiu n'gua, se molhou.
 No se incomode que eu tenho, respondeu Macunama. Tirou
uma cigarreira de tartaruga feita por Antnio do Rosrio no Par,
ofereceu cigarros de palha de tauari pro moo e pra criadinha, acendeu
um fósforo prós dois e outro pra ele. Depois afastou os mosquitos e
principiou contando um caso. Assim a noite passava depressa e a
gente no se amolava com o canto da sururina marcando as horas da
escurido. E era assim;
 No tempo de dantes, moos, o automóvel no era uma mquina
que nem hoje no, era a ona parda. Se chamava Palau e parava no
grande mato Fulano. Vai, Palau falou prós olhos dela:
 Vo na praia do mar, meus verdes olhos, depressa depressa
depressa!
Os olhos foram e a ona parda ficou cega. Porm levantou o
focinho, fez ele cheirar o vento e percebeu que Aimal-Pódole, o Pai
da Trara estava andando l no longe do mar e gritou:
 Venham da praia do mar, meus verdes olhos, depressa depressa
depressa!
Os olhos vieram e Palau ficou enxergando outra vez. Passava por
ali a tigre preta que era muito feroz e falou pra Palau:
 O que voc est fazendo, comadre!
 Estou mandando meus olhos olharem o mar.
 bom?
 Prós cachorros!
 Ento manda os meus tambm, comadre!
 Mando no porque Aimal-Pódole est na praia do mar.
 Manda que sino te engulo, comadre! Ento Palau falou assim:
 Vo na praia do mar, amarelos olhos de minha comadre tigre,
depressa depressa depressa!
Os olhos foram e a tigre preta ficou cega. Aimal-Pódole estava l
e juque! engoliu os olhos da tigre. Palau maliciou tudo porque o Pai
da Trara estava cheirando mui forte. Foi tratando de se raspar. Porm
a tigre preta que era mui feroz presenciou a fugida e falou pra ona
parda:
 Espera um pouco, comadre!
 No v que careo de buscar janta pra meus filhos, comadre.
Ento at outro dia.
 Primeiro manda meus olhos voltarem, comadre, que j tomei
um farto de escureza.
Palau gritou:
 Venham da praia do mar, amarelos olhos de minha comadre
tigre, depressa depressa depressa!
Porm os olhos no voltaram no e a tigre preta ficou feito fria.
 Agora que te engulo, comadre!
E correu atrs da ona parda. Foi uma chispada me por esses
matos que chii! os passarinhos se tornaram pequetitinhos
pequetitinhos de medo e a noite levou um susto tamanho que ficou
paraltica. Por isso que quando faz dia em riba das rvores, dentro do
mato sempre noite. A coitada no pode mais andar...
Quando Palau correu lgua e meia olhou pra trs fatigada. A tigre
preta vinha perto. Vai, Palau chegou num morro chamado
Ibiraoiaba e topou com um bigorna gigante, aquela uma que
pertencia fundio de Afonso Sardinha no princpio da vida
brasileira. Junto da bigorna estavam quatro rodas esquecidas. Ento
Palau amarrou elas nos ps pra poder deslizar sem muito esforo e,
como se diz: desatou o punho da rede outra vez, uma chispada me! A
ona engoliu num timo lgua e meia de terreno porm isso vinha que
vinha acochada pela tigre. Faziam um barulho tamanho que os
passarinhos estavam pequetitinhos pequetitinhos de medo e a noite
mais pesada por causa que no podia andar. E a bulha inda era
assombrada pelos gemidos do noitibó... Noitibó Pai da Noite,
moos, e chorava a misria da filha.
Bateu fome em Palau. A tigre na cola dela. Mas Palau nem no
podia mais correr assim com o estmago nas costas, vai em de mais
longe quando passou pela barra do Boipeba onde o cuisarruim morou,
viu um motor perto e engoliu o tal. Nem bem motor caiu na barriga da
ona que a pobre criou fora nova e chispou. Fez lgua e meia e olhou [ Pobierz całość w formacie PDF ]

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